um movimento ou uma pergunta

Posted on 05 junho, 2010 - 0 comentários -

Trabalho com o é secretado. Escondido em mim. Arrancado de dentro. Eu sou a secreção do teu hálito. O escarro de ti. Supostamente me inebrio e não sei mais onde volto a aparecer. Sei que me escondo, mas não deles, eu me escondo dos olhares de dentro. Eu me escondo dos meus olhos e da voz impostada com que tentam me convencer. Eu tento trabalhar o cansaço, mas não da forma em que ele está. Trabalho em cima de uma exaustão imposta. Se o ser pensante fica apenas no racional, ele morre. Eu sei que as gotas estão ficando cada vez mais ásperas e um dia quero olhar para um filho e ser chamado de pai. Eu não entendo porque minha respiração está tão pesada e ao mesmo tempo eu me sinto tão leve. Livre. Solto. Eu respiro o que vem de dentro. Respiro pra dentro, pois já soltei tudo pra fora. Soltei em forma de uma urina escura, áspera. Eu não aprovo a lei que me outorga. A minha liberdade é o que ainda vou ser. Não sei. Quero pensar e quero transmitir com meu corpo, através de uma movimentação com significado. Não, isso é apenas o que eu quero, não o que eu sou. Talvez. Meus passos dirão por mim. E o que resta agora? Fechar os olhos e caminhar com a energia que vem em frações de segundo.






Livremente inspirado no profissional Eduardo Poulain