texto colado na parede do quarto onde vivo após a retirada do mural onde a matéria física que me ligava às minhas lembranças estava

Posted on 21 novembro, 2012 - 0 comentários -

O quarto não me pertence.
Eu possuo poucas coisas e 1/4 delas foi comprado com o meu dinheiro.
Eu não trabalho.
Minha propriedade são minhas vivências/lembranças e o aprendizado que delas retirei.
Hoje (atualmente) elas se encontram em algum lugar desconhecido da minha mente/memória, pois recebi ordem para arrancar a matéria física que me prendia a elas.

Sou ser/passagem.
Meu lugar não é aqui.
Ainda não tenho escolhas.

de acordo com as minhas crenças
e com a minha verdade

encontrar saídas

Posted on 04 novembro, 2012 - 0 comentários -

para a minha ansiedade
paro o meu desespero
eu gostaria de pedir socorro, de pedir ajudar, mas no mundo contemporâneo não costumam mais ouvir os pedidos de ajuda
socorro virou nome de gente
me olho no espelho e sinto pena
dos caminhos que eu não tive a opção de escolher
dos caminhos que me escolheram
escolhi fazer o que gosto, mas no mundo contemporâneo você não pode fazer o que gosta, preciso pensar, antes de tudo, na oferta e na procura
meus olhos estão lacrimejando, mas não são lágrimas, foi o colírio que pinguei
eu passaria o resto da minha vida apenas assistindo filmes, assistindo peças, lendo livros, ouvindo música
eu viveria em comunidade sim
eu sei que não existe felicidade plena, mas algo deve estar errado quando a maioria dos seus momentos são momentos tristes

sinto que precisei adaptar meus sonhos ao mundo real,
eles eram muito grandes para um cearense classe média baixa

e não há nada mais triste

o tempo passa devagar nesses últimos três dias, parece proposital
parece querer ralentar um momento ruim

tudo parece ter sido feito pra mim nesse meu mundo

as coincidências, os sinais, o "nada é por acaso"
fico perguntando se nasci por acaso também

sinto que deveria ter terminado esse texto bem antes
e gostaria que tudo o que escrevi fosse apenas um exagero ou uma mentira

torço para que não existam pessoas como eu