O que restou da Barata

Posted on 31 julho, 2012 - 0 comentários -

Estou desenvolvendo um novo solo.
É sobre mim.
É sobre ela.
É sobre não ter certeza.
É sobre desistir.

Preciso fazer sozinho.

Texto inacabado para sempre ou Concluam o que quiser ou Quis parar aí mesmo porque o resto eu não quero expor

Posted on 30 julho, 2012 - 1 comentários -


Fui questionado recentemente sobre testar as pessoas.
Respondi que não. Que não testo.
Eu menti.
Eu testo as pessoas o tempo inteiro.
Eu me testo a cada segundo.
Me coloco à prova.
Eu desconfio de todos.
Desconfio de tudo.
Tenho síndrome de Truman.
Todos parecem estar mentindo. Todos parecem atores.
É como se estivessem filmando sobre a minha vida.
E como se eu fosse o protagonista.
E sou.
As pessoas existem a partir de mim.
No meu mundo eu enxergo as pessoas como eu quero.
Eu enxergo o mundo como eu quero.
E isso é tão complicado.
E se eu estiver equivocado?
E se eu me fechei?

e agora? pra onde vou?

Posted on 29 julho, 2012 - 1 comentários -


O que me faz ficar?
Por que eu não posso apenas executar ações?
Camila, você tem exercido tantos questionamentos em mim e você nem sabe.
Por que eu preciso ter a certeza de onde quero chegar?
Por que não apenas executar ações?
Que necessidade é essa de me sentir seguro?
Estou sempre procurando essa luz no fim do túnel.
Me deixa mais seguro e isso é ruim.
Essa coisa de ter que ter a certeza do fim. De como será o fim.
Eu fico sempre querendo controlar esse fim, mas que dominador sou eu?
Quanta prepotência, quanta arrogância.
Esse sou eu.
Mas ainda há esperança.
Pra onde eu vou agora?
Já mudei meu nome.
Agora eu quero voar.

21 menos 2

Posted on 23 julho, 2012 - 0 comentários -

Sempre tive a sensação que os meus anos vividos, a minha idade, estava à frente de quem eu era. Era como se eu tivesse menos, menos anos. Era como se eu não tivesse vivido todo aquele tempo, como se eu tivesse me escondido. E eu me escondi, hoje eu sei que eu me escondi, que eu menti, que eu enganei. Durante dois anos eu vivi por obrigação. 

Hoje sinto que recuperei esses dois anos. É como se eu tivesse equilibrado tudo, dado um jeito qualquer, acordado. 

Me arrependo muito do que deixei de fazer, dos desejos e das vontades que não passaram disso, do que eu poderia ter feito, de onde eu poderia estar agora.

Eu sou o que eu escolhi ser. Ou eu sou o que eu não tive coragem de ser na época?

Eu sei que hoje, aos vinte um, me sinto com vinte um. O que não fiz, não fiz porque foi preciso não ser feito. O que fiz, fiz porque precisava fazer. Não faria tudo novamente, impossível, hoje sei que não faria, mas precisei fazer pra saber que não faria.

É preciso errar.


Para Karine Freitas ou Aos que não foram ou Ao que poderia ter sido

Posted on 22 julho, 2012 - 1 comentários -



É... Hoje é Domingo, de tarde, o sol iluminando o meu quarto, como todos os dias. Através da janela. Aquela janela que me faz lembrar dos ensaios do Coletivo Cego, meu grupo que acabou recentemente. 
Hoje eu não quero falar de mim. Ou talvez de mim, mas não diretamente. Quero falar de Karine e de um acontecimento que eu nunca superei.

Quando a Karine desistiu de fazer teatro, quando eu recebi a notícia, eu me senti traído. Assim como o Honório se sentiu traído por mim, eu me senti traído por ela. Eu senti que todo o investimento que eu havia feito nela, em nós, no coletivo, havia sido em vão. Eu sonhava com a Karine, com a evolução dela, no potencial que existia ali, naquela pessoa.

Hoje eu admiro a Karine, por ela ter sido capaz de um novo começo. Por ela ter sido sincera consiga mesma e dito: “isso não é pra mim”. E o melhor, ela tentou antes de tudo, antes de concluir. Ela experimentou. Ela viveu intensamente, antes de negar.

Eu discordo de Karine. Pra mim, ela é uma grande atriz. E eu sempre ficarei imaginando, idealizando como seria ela, como seria ela...

Mas quem sou eu pra discordar? Ela que sabe, ela, nos diálogos internos, nas conversas com ela mesma. Ela que sabe. Ela que decide. Ela sabe dela. Ela, ela, ela.

Fico pensando nas pessoas que não nasceram pra isso e não sabem.
Nas pessoas que insistem em fazer qualquer coisa.
Nas pessoas que insistem em brincar de fazer teatro, por pura vaidade.
Como diz Camila Vieira: “Por que mais um filme?”.
Por que mais uma peça?
Por que mais uma atriz?
Por que ser mais um?