rio tietê

Posted on 28 dezembro, 2009 - 1 comentários -


Captando. Introduzindo. Sobrepujando. Cheguei sem nenhuma dor. Estavam trevas, estava escuro. Barulhos da modernidade é uma poluição sonora. Meus tímpanos ardem e meus olhos estão sobrecarregados com tanta informação. Eu não pedi pra nascer, mas nasci e hoje sobrevivo. Estou ligado em tomadas e movido por aparelhos. O império clichê das máquinas. Estou perdido. Jogado no meio dessa massa cinza. E eu gosto, eu amo. Sou fruto da poluição. Minha grande mãe. Ela me gerou. Sou filho do carvão mineral e dos derivados petrolíferos. Sou capital. Tenho sede de choco-bombom. Tragam-me já uma água com gás. Desejo andar no shopping. Quero roupas, quero carros, quero metais preciosos. Tenho fome de fast food. Quero colesterol alto e glicoses. Estou rindo, pois estou sempre alcoolizando. Minhas rugas precoces são bem-vindas. Meus filhos estarão entregues ao suicídio e a mim resta sorrir, degustando minhas próprias fezes.

1 miligrama de atemporalização

Posted on 25 dezembro, 2009 - 0 comentários -

A cápsula do tempo foi deslacrada. As antenas parabólicas ganharam de presente uma visão. As infinitas telhas vermelhas ficam apreteadas, como meu interior. Eu como o meu interior. O meu interior me come. O pão de cada dia nos daí hoje. Nunca passei um dia sem a comida, mas ela já passou vários dias sem o eu. Quando não sou eu que faço o barulho, me incomodo. Sou egoísta? Sou humano. Sou estranho. Sou atemporal. Sou nativista. Sou ativista. Canibalista. Calem suas bocas. Agora sou só. Esta dimensão é minha. A rede que antes balançava, parou ao meu pisar. Abro a minha porta e entro em mim, onde não há segundos e terceiros. Escondo-me de mim mesmo. Não vou ser encontrado. E que seja feita a minha vontade.

natal ilusório do conto-de-fadas alternativo

Posted on 24 dezembro, 2009 - 2 comentários -

ele caminhava pela rua 59 e o índios continuavam a ser catequisados, sentiu um profundo desespero e desatou a correr obssessivamente em busca da justiça natalina, sim, esqueci de comentar, era o dia natalinamente ilusionista em que seus companheiros planetários insistiam em fingir que tudo estava perfeitamente em ordem, mas não estava, os índios, pobres índios! estavam sendo catequisados e tudo o que conseguiam dizer era um robótico: Feliz natal! Ele gritava: Que tipo de seres são vocês? nós precisamos salvar os índios! As pessoas o ignoravam, olhavam para ele e pensavam: deve está fora de sua lucidez. Mas de que importava? Era natal. E os índios sentaram em volta da fogueira para esperar a chegada do papai noel.
,estava desfilando pelas vielas, atentou para o inatentável, uma esfera nascendo no indesplicente asfalto cinza apreteado, sucumbiu ao abismo atraentemente escapista. caindo. espatifando, sorriu, mas um sorriso verdadeiramente surreal, irreal como tudo ali. encontrou o objeto procurado e sentiu ânsia de arrependimento, tanto havia procurado, tanto havia nunca achado. o objeto disse:
- sugira um lugar.
- não, morra. não morra.
- não vou morrer.
Por um minuto, milésimo de segundo. Sugou o objeto por entre os dedos e voou de volta ao asfalto rotineiro.
Indagou ao vento.
suplicou ao barro.
entrou em contato com as verminosas.
encarou a tênia.
cuspiu no lodo.
exasperado, escarrou um líquido viscoso.

de suas entranhas saiu aquele feto, que estuprou o mundo.

O mundo estremeceu com o impacto daquela lágrima ao cair no papiro manchado de vermelho sangue. As plantações, antes verdes, caíram murchas sobre a terra árida. Os humanóides, projéteis da existência, sucumbiram lentamente como em um efeito dominó. Ela, a única de sua raça híbrida, a mutante castelhana colossal, fora a única sobrevivente. Cantava seus poemas espanhóis em voz agudamente irritante e a solidão tampava as orelhas. Correu ao encontro do delírio. Marchou lentamente com destino ao infinito. Não havia nada. Era uma imortal com desejos mortais. Buscou a morte e nada encontrou. Estava fadada ao tédio eterno. Olhou o céu, beijou a lua, deitou e hibernou ao sempre.

minha metamorfose calculista.

Posted on 13 maio, 2009 - 3 comentários -

Haverá um dia em que você olhará para mim, mas não me encontrará, não do jeito que você pensava, não serei o mesmo. A mudança deve ser fetuada de forma fria e calculista, mudanças drásticas não obtém resultados felizes. Aos poucos nós modelamos um que um dia será a forma final. Os meus erros hoje são motivos de tempestades, no futuro só serão pequenos grãos de areia soltos no vento. Nunca direi que te amo, sem realmente sentir. Não consigo ser falso assim. Suas mentiras sempre acabam em duras verdades. Cabe a mim decidir, se você ainda é válido.

com o olhar,
a forma mais sincera de dizer:
eu te amo.

formol.

Posted on 12 maio, 2009 - 1 comentários -


Vivia uma vida dupla.
Ou será que não vivia?
Apenas sobrevivia.
E ia levando,
passando por cima dos seus problemas,
sem nunca se conhecer,
sem nunca saber quem era.
Faleceu. Morreu.
Já estava morto, apenas oficializou a sua morte.

Leite,

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Que frio.
O frio está queimando.
Estou derretendo.
Sou água.
Não isolem o vento.
Pode entrar.
Aceita uma xícara de… Leite?
Ontem fui decapitado,
em vez de sangue, areia.

Cores em off.

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Sai de dentro da minha unha.
Sai da toca.
Mentiras são apenas mentiras.
Eu me afoguei.
Desaprendi a nadar.
Ou será que minhas pernas não se mechem mais? Me sentei no topo do mundo,
fiquei tonto de tanto girar,
o mundo dá muitas voltas rápidas,
eu não estava preparado, acabei desmaiando. Quando acordei foi em outra dimensão,
onde estavam as cores?
O verde, o amarelo, vermelho.
E o azul?
Não, não conseguirei viver sem o azul.
Me tirem todas as cores, menos o azul.
Existiam animais lá.
A girafa não era visível,
apenas praticável.
Ela falou comigo?
Não tenho mais certeza se existo.
Hoje, sei.

Paralelo à meu eu.

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Acendam os incensos.
Cheirem a fumaça que flui.
Feche os olhos e penetre imensamente nesse universo paralelo que transcende a realidade.
Deixa fluir, deixa fluir.
Solta o ar que tá aí dentro.
Respira esse ar novo.
Olhem as partículas se desintegrando.
Encha o pulmão.
Grite. Corra. Pule. Bata. Mate. Meta.
Ondas sonoras.
Silêncio, não consigo ouvir, não consigo.
O que você tá falando?
Desiste, eu estou tentando ser feliz por uma única noite.
Tentando viver essa vida noturna.
Essa vida nova e curta.
Passa rápido,
aproveitemos então esses poucos minutos de êxtase,

estou cercado.

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Olho pra todos os lados e só vejo as mesmas pessoas,
estou cercado, sufocado, nauseado.
Não consigo entender o que me fez entrar nesse mundo,
mas eu quero me libertar.







Cheguei ao meu limite.

Vingança maquiavélica.

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Entrei naquele espiral nauseante e subestimado, até confesso, aquilo me impressionou, um ambiente até então desconhecido por mim. Senti o prazer da vingança nua e crua, crua, porém temperada. Sim, pois há muito tempo andava arquitetando meus planos insanos. Macabros. Não sejam ingênuos, isso acontece todos os dias na mente de um maquiavélico, aliás, a única coisa prazerosa para uma um maquiavélico é maquinar idéias contra os seus oponentes. Creio eu, que o plano foi um sucesso. O gato morreu no dia seguinte.

Mestre dos mestres.

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Ajudem-o! Ele está preso dentro desse buraco giratório, esse ciclo viciante. Não consegue se libertar. E a roda gira, a roda insiste em girar. Ele, acorrentado, não sai nunca. Ele gosta, ama tudo isso. Para ele, a vida carnal é o maior prazer existente. Dependente disso tudo ele ficou, a luxúria já entrou dentro de suas veias. Ele adora ser levado pela correnteza negra da sedução. O preservativo já é uma parte do corpo dele, pois vive de orgias. É um verdadeiro liberto inconseqüente. Ele é o verdadeiro filho de uma prostituta, vulgarmente conhecido como o “filho da puta”, ao invés de envergonhar-se, isto lhe causa orgulho, ele adora tudo isso. Ama tudo o que é considerado imundo, pois ele mesmo é o rei dos imundos, ele toma banho em uma banheira de fezes, as suas próprias fezes, ele as come. Ele é o rei. Ele é o ídolo. Ajoelhem-se diante do mestre dos mestres.

olhar fixo interno.

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Censurado. Aflito. Exausto.
Confusão mental, confusão mental.
Olho para todos os lados e só enxergo rabiscos do que antes fora imagens caóticas.
Não, não preciso que me ajudem,
eu quero dá os meus primeiros passos, sozinho.
Você quer uma dose do meu suor?
Fique à vontade,
mas garanto,
se beberes uma gota, nunca mais serás o mesmo,
o suor é uma bebida forte e angustiante.
Tenho medo, tenho raiva.
Adoro tudo isso.

Você, um arco íris carnal.

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A aura doce por cima de sua cabeça chegou a ser desconcertante de tão linda que era.
Chegou a ser zen.

A aura cósmica permanece intacta por meio dos milênios ultrapassados.
Que tal falarmos de você?
Não?
Você é um ser altamente constrangido!
Sua insanidade chega a entrar em confronto com a minha.
Luxúria…
Você conseguiu superar todos os seus limites carnais.
Entre em êxtase,
entre na aura cósmica nupcial,
venha,
eu te mostro o caminho do arco íris psicodélico.

de repente, azul.

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Nunca gostei da cor azul,
uma cor cansada por natureza,
sempre sendo usada pelos recém-nascidos,
que estes sempre acabam enjoando da tal cor.
Mas de repente, olhei pro céu,
achei aquela cor tão explorável.
Sim,
o azul,
tudo azul,
sempre azul.

Respirar?

Posted on 11 maio, 2009 - 1 comentários -


Não mate minha depressão ao avesso.
Não ria alto de quem já não é capaz de respirar.
A morte está presente na vida ou será apenas uma continuação?
Você está vivo, por que não está vivendo?
Cada qual com sua maneira sem sentido de viver.
No final só restará nossos corpos.
Hoje somos tudo, amanhã somos nada.

Suspenda as antenas psicológicas, esqueça se um dia fostes rei. Só restaram as sobras. Restos de comidas são úteis. Você aceita? Não, você rejeita. Cospe no chão e me humilha, mas esquece que agora você é como eu. Vai morrer de fome? Sim, o orgulho, ele sempre falou mais alto do que a sua própria voz. Você e sua roupa manchada com perfume importado. Já não é mais tempo de sonhar. Não existem esperanças. A você só resta eu e a mim as sobras do que um dia foi você.