rio tietê

Posted on 28 dezembro, 2009 - 1 comentários -


Captando. Introduzindo. Sobrepujando. Cheguei sem nenhuma dor. Estavam trevas, estava escuro. Barulhos da modernidade é uma poluição sonora. Meus tímpanos ardem e meus olhos estão sobrecarregados com tanta informação. Eu não pedi pra nascer, mas nasci e hoje sobrevivo. Estou ligado em tomadas e movido por aparelhos. O império clichê das máquinas. Estou perdido. Jogado no meio dessa massa cinza. E eu gosto, eu amo. Sou fruto da poluição. Minha grande mãe. Ela me gerou. Sou filho do carvão mineral e dos derivados petrolíferos. Sou capital. Tenho sede de choco-bombom. Tragam-me já uma água com gás. Desejo andar no shopping. Quero roupas, quero carros, quero metais preciosos. Tenho fome de fast food. Quero colesterol alto e glicoses. Estou rindo, pois estou sempre alcoolizando. Minhas rugas precoces são bem-vindas. Meus filhos estarão entregues ao suicídio e a mim resta sorrir, degustando minhas próprias fezes.

There has been 1 Responses to “rio tietê”

  1. Tiago Castelo says:

    Wou,
    e talvez, através dos olhos da Humanidade - real humanidade - seja isto a verdadeira face de ser um Ser Humano.

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